NÃO REAJA, REFLITA!
Relatório de Energia Astrológica para Janeiro de 2015
Sarah Varcas
30/12/2014
Conforme janeiro avança, a energia se configura no signo de Aquário, oferecendo uma limpeza mental muito necessária. Simultaneamente, uma aliança entre Urano e Nodo Sul nos recorda que às vezes as coisas mais familiares é que precisam ser descartadas, seja esse “destralhamento” interno ou externo.
Não adianta concentrarmo-nos apenas naquelas coisas que se destacam, como um polegar ferido, para o qual nunca encontramos o lugar certo.
Este mês precisamos examinar com um novo olhar aqueles aspectos de nossa vida que conhecemos melhor – posses materiais, pensamentos, sentimentos ou apegos – para definirmos quais ultrapassaram sua utilidade e estão ali simplesmente porque nos acostumamos com sua presença e nos sentiríamos desconfortáveis com o espaço vazio que deixariam, se nos livrássemos deles.
O fato é que precisamos desse espaço, por mais desconfortável que isto possa ser no começo.
Urano no Nodo Sul nos lembra que cada um de nós tem sua própria singularidade inerente, com a qual alimentamos nossa vida, mas fica cada vez mais difícil permitir que ela brilhe quando permanecemos cercados pelas armadilhas de uma existência já passada e uma identidade que foi apenas uma etapa e nunca teve a intenção de ser o destino final.
Janeiro nos oferece a oportunidade de fazer uma seleção dos entulhos com os quais nos cercamos, decidindo o que precisa permanecer e o que precisa ir embora.
Há duas perguntas importantes que devemos considerar ao fazer isso.
Para cada objeto, pensamento, hábito ou sentimento, devemos perguntar:
“Isto me limita ou me liberta?”
“Isto eleva ou reduz a minha energia?”
Isto é tudo o que importa agora. Aprender a tomar decisões com base apenas nestas duas perguntas vai melhorar muito a nossa capacidade de recriar a nós mesmos e nossas vidas enquanto este ano avança. Algumas coisas são mais fáceis de deixar ir do que outras.
A euforia de uma boa limpeza que renova o espaço à nossa volta pode ter vida curta, se continuarmos apegados aos aspectos mais bem camuflados na nossa vida; aqueles que se fundem tão bem com o ambiente que mal os notamos, e nem o espaço que eles ocupam.
O mais provável é que sejam pensamentos e sentimentos que estão conosco há tanto tempo, que se tornaram parte intrínseca da nossa natureza e acabaram se tornando simples cenários, como o céu, que está sempre aí e então temos a tendência a caminhar sem olhar para cima e perceber a presença dele.
“Este é o meu jeito de ser”, dizemos a nós mesmos quando a vida os traz à nossa atenção.
“Queira ou não queira, nada vai mudar isso em mim.”
Ou pode ser algo com o qual nos identifiquemos tão intensamente, que a ideia de liberá-lo é quase como cortar fora uma das mãos… e, afinal das contas, por que iríamos querer fazer isso?!
Ao refletirmos sobre aquelas questões: “Isto me limita ou me libera? Isto eleva ou reduz a minha energia?”, respostas francas poderão nos revelar exatamente o quanto esses pensamentos, sentimentos e objetos preciosos serviram para nos manter acorrentados.
Quando atravessamos o domínio de Aquário, nossos pensamentos devem nos levar para tão longe da “caixa” dos padrões limitadores, que ela se torne um simples ponto no horizonte. Ao mesmo tempo, a natureza da nossa mente é refletida de volta para nós em cada aspecto de nossa vida, mais ou menos como um prisma refratando e refletindo luz em todas as suas frequências de uma só vez.
O que pensamos torna-se o nosso mundo: as pessoas que fazem parte dele, as posses que escolhemos, o lugar onde vivemos, o trabalho que fazemos, a pessoa que somos. Tudo isto é moldado pela nossa mente e o nosso relacionamento com ela. Quando a energia se intensifica neste sigo de Ar, temos a oportunidade de renovar e arejar nosso mundo mental que, por sua vez, renova tudo à nossa volta e dentro de nós.
Devido a uma Quadratura em T entre Plutão, Urano e o Nodo Norte, em curso durante todo este mês, o impacto de questionarmos a nós mesmos e à nossa vida desta forma vai ser sentido intensamente, à medida que começarmos a reconhecer quão profundamente temos acreditado nas mentiras da nossa mente: agindo modestamente para lidar com a ansiedade e o medo ou nos apegando rapidamente a verdades que não são mais válidas, simplesmente porque a perspectiva de conviver com a ausência delas parece niilista demais para ser suportável.
Mas, não só podemos como devemos suportá-la, se quisermos criar o espaço no qual o novo possa germinar suas sementes enquanto o ano progride.
A Lua Cheia em Câncer em 4 e 5 de janeiro sustenta esta busca, oferecendo-nos a oportunidade de descobrir as energias poderosamente criativas que podem ser desencadeadas simplesmente através desse auto-questionamento. Isto ilumina a nossa tendência a nos identificarmos com certos aspectos do eu e convenientemente negligenciar aqueles que não estão alinhados com nossa auto-imagem desejada.
Simultaneamente ela nos convida a expandir essa auto-imagem de um modo que antes pode nos ter parecido fora do nosso alcance. Isto exige alguns riscos, que podem ser compensados com um entendimento mais elevado do que constitui o eu e o poder que temos sobre sua forma e caráter.
A subsequente Lua Nova em Aquário, em 20 de janeiro, nos oferece a oportunidade de investir nesse entendimento, possibilitando que as percepções que tivemos nesse intervalo de tempo sejam concretizadas na manifestação de mudanças e novos inícios.
Podemos começar a vivenciar, em vez de apenas acreditar, que o fato de redefinirmos nossa vida pode se transformar no próprio alicerce da mudança em nossa vida, e que devemos estar preparados para renunciar, não apenas àquilo que sabemos que está nos retendo, mas também àquilo que nos agarramos por segurança diante do desconhecido e da mudança imprevisível.
Se quisermos que as coisas sejam diferentes de agora em diante, se quisermos que 2015 seja um ano no qual manifestemos os frutos do nosso comprometimento com o crescimento e a expansão, precisamos estar dispostos a desistir até daquelas coisas que tínhamos tanta certeza de que fariam parte do nosso futuro, que seriam um aspecto central do nosso eu essencial.
Este chamado para colocar tudo no altar e ver o que acontece é um dos desafios mais profundos deste momento evolucionário e nos leva para fora da nossa “zona de conforto espiritual”, na qual expandimos apenas o mínimo que a segurança nos permite.
Ele realça nossa tendência a nos compararmos com os outros em vez de nos compararmos com o nosso próprio potencial; a encontrarmos aqueles com quem desejamos nos alinhar e aqueles com quem não desejamos e depois nos moldarmos de acordo com isso, deixando de levar em conta nosso caminho único e a necessidade de ser quem nós somos, e não copiar o caminho do outro.
A verdade tão central para a vida de outra pessoa pode ser mais do que redundante para a nossa própria, e precisamos descobrir agora se isto é verdade. De fato, nossas próprias verdades, tão preciosas até agora, também podem se revelar pouco mais do que conceitos vazios e palavras insignificantes em face das possibilidades abundantes que nos esperam do outro lado do desapego.
Por todo este mês haverá estressores internos, em vez de desafios externos, necessitando de atenção. Independentemente da causa – externa ou não – prestar atenção a como reagimos e respondemos é essencial agora, se quisermos avançar numa direção positiva e significativa. Muitas coisas desapareceram gradualmente de nós nos últimos anos, incluindo velhas crenças e modos de vida obsoletos.
O que sobrou para nós agora foi uma mistura de novas possibilidades e velhos hábitos tão profundamente arraigados que parecem fazer parte de nós como nossos próprios batimentos cardíacos.
Para que as primeiras floresçam, precisamos assumir o controle dos últimos. Fazemos isto aprimorando nosso foco no modo de interpretar os acontecimentos de nossa vida, o comportamento daqueles que nos rodeiam e as complexidades que nos são apresentadas a cada dia pelo simples fato de sermos humanos.
Entender os outros e o mundo externo é útil e tem seu valor, mas nada consegue superar os preciosos dons do autoconhecimento e intimidade com nossa própria psique, da autoconfiança e autonomia em tudo o que fazemos. Estas são as qualidades que devem ser contempladas neste mês, enquanto navegamos para os reinos de Aquário, refrescando nossa mente com as águas do conhecimento universal.
Não importa quanto possamos ser perceptivos em relação aos outros, o conhecimento de nós mesmos é que tem valor mais alto agora. Esqueça a denúncia, o idealismo, a crítica ou a culpa. Nenhuma dessas táticas de fuga tem um papel a desempenhar neste mês. Elas simplesmente nos distraem do que é importante, concentrando nossa atenção “lá fora” em vez de “aqui dentro”!
Mercúrio estaciona retrógrado em Aquário em 21 de janeiro, sustentando nossa busca por sabedoria e discernimento. Se estivermos com dificuldade de olhar para dentro em vez de reagir ao exterior, esta reviravolta nos ajudará a mudar nosso foco para o interior, para a reflexão antes da reação. A melhor maneira de usarmos esta passagem retrógrada de Mercúrio é revendo as crenças que moldaram nossa experiência do mundo e investigar como a vida poderia ser se as abandonássemos.
Embora levar adiante tais reflexões possa se revelar mais complexo do que simplesmente pensar um pensamento diferente, brincar com o que poderíamos pensar sobre o mundo pode ser exatamente a motivação que precisamos para reconhecer que o potencial que os novos pensamentos têm para transformar o mundo está muito longe de ser insignificante.
Especialmente se vierem energizados pelo nosso compromisso de percebê-lo de um novo modo e resistir ao impulso sedutor de escorregar de volta para as velhas rotinas mentais que nos são tão familiares, apesar de nos roubarem o potencial futuro.
Ao chegarem os últimos dias de janeiro, encontraremos as primeiras amostras do próximo grande alinhamento com o qual teremos que lidar no final deste ano: uma Quadratura entre Saturno e Netuno.
Independentemente do que acreditemos ser verdadeiro e de quão sagrado pensemos que essa verdade seja, devemos estar preparados para abandoná-la se for necessário. Pois, em última análise, toda crença é simplesmente matéria mental que nos distrai da experiência direta da própria vida em toda a sua glória paradoxal e confusa.
A ênfase deste mês em conhecer a mente e saber como ela funciona serve para estabelecer uma base de sábia reflexão, sobre a qual possamos construir nos próximos meses. A capacidade de nos separarmos da atividade da mente e observá-la, em vez de sermos consumidos por ela, nos colocará numa boa posição este ano.
Janeiro de 2015 nos oferece várias oportunidades de experimentar por nós mesmos os frutos deste modo de agir.
http://stelalecocq.blogspot.
©Sarah Varcas
Fonte: http://astro-awakenings.co.uk/
Tradução de Vera Corrêa veracorrea46@ig.com.br
Imagem: “Happy Thoughts” by Gary Rosenberg
Grata Vera e Stela.
LUZ!