CONVIVENDO COM O DESCONFORTO DIVINO
De 9 a 11 de Maio de 2014: Sobre Problemas…
Sarah Varcas
Neste fim de semana, uma oposição entre Saturno e o Sol e um semi sêxtil entre Vênus e Netuno, nos lembram que às vezes a melhor maneira de resolver um problema é simplesmente deixá-lo sem solução, deixar suas questões pairando no ar, pelo menos por um tempo, e ver como nos sentimos com isso. Se você for um pouco como eu, ele o incomodará por algum tempo, roubando-lhe o sono e a paz, enquanto ocupa muito da sua energia e atenção… e depois, suavemente e aos poucos, começará a assumir outro tom. A criatividade que vive no âmago da incerteza e da confusão começará a vir à tona. As bênçãos de ter resistido ao impulso de resolver tudo imediatamente se revelarão na forma de novas perspectivas, uma percepção mais profunda e uma paciência que você não saberia que possuía se não tivesse decidido recuar e deixar o problema perceber sua própria natureza verdadeira.
Pois é isso que os problemas fazem quando lhes é dado tempo suficiente. Eles são vivos como nós. Eles também surgem das condições ambientais, como nós, e mudam, crescem e se transformam em algo totalmente diferente, se os deixarmos, exatamente como acontece conosco, quando nos é dado espaço e tempo para isso. Se conseguirmos acolher um problema como um conhecido em nossa jornada, em vez de o enxergarmos como um obstáculo em nosso caminho, seremos mais capazes de permitir que as coisas que nos incomodam se transformem nas raízes de nossa sabedoria e crescimento e não na causa da nossa resignação e desespero. Não temos que resolver tudo, nem tornar a vida impermeável e à prova de enganos. Isto não é vida, isto é esterilidade! Ao contrário, a presença de problemas em nossa vida nos fala do potencial, da beleza de um universo com paradoxo em seu próprio âmago e mistério correndo em suas veias.
O mundo moderno não gosta muito do desconhecido. É por isto que precisamos de pesquisas sobre tudo, de especialistas que nos digam o que fazer, e respostas disponíveis nas pontas dos nossos dedos, a qualquer momento do dia e da noite! Deus nos livre de não saber alguma coisa! Ou, pior ainda, de cometermos um engano e acabarmos numa situação que não previmos, por termos chegado apressadamente a uma conclusão errada!
Mas neste fim de semana, o universo sussurra suavemente em nossos ouvidos: “Não existe conclusão errada. Um problema não é ‘ou isto ou aquilo’, não é um teste que você acerta ou erra. É uma fonte de mistério, intriga e criatividade. É a própria Divindade falando em sua vida, revelando o próprio centro da existência onde todas as coisas – todas as contradições e paradoxos, verdades e mentiras – vivem em respiram em harmonia.”
Entender este mundo misterioso em que vivemos e a vida que nos foi confiada pode ser muito difícil para nós. Sua vastidão nos intimida, então nós os reduzimos a um tamanho controlável, estreitando nosso campo de visão e diminuindo as chances de imprevisibilidade e ocorrências indesejáveis. Com isto, entretanto, não conseguimos perceber que nos tornamos menos eficientes e não mais, porque no momento em que somos golpeados ou ofuscados pela vida – como inevitavelmente acontece de tempos em tempos – estamos mal preparados, acreditando que tais coisas jamais aconteceriam neste pequeno reino seguro que tivemos tanto trabalho para criar.
E é por isto que, neste momento, o cosmos nos encoraja a acolher o desconhecido, o mistério, o divino desconforto de não saber o que fazer ou como melhorar algo; de não saber como voltar à segurança que pensávamos que nos pertencia. Quanto mais pudermos fazer isto neste fim de semana, mais capazes seremos de reagir à vida a partir da criatividade pura e da novidade, e não de hábitos e atitudes obsoletos e treinados, que só podem nos levar de volta aonde estávamos e nunca adiante, para onde precisamos ir.
Sarah Varcas
Tradução de Vera Corrêa veracorrea46@ig.com.br
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Gratidão Vera.